O entusiasmo por viagens está aumentando nos principais mercados internacionais, com 59% dos entrevistados interessados em viagens ao exterior no verão de 2024 – um aumento notável de 9% em comparação com 2019. A atratividade da Europa está gradualmente crescendo, embora em um ritmo mais lento, devido a preocupações com segurança e custo. No entanto, a Europa continua sendo um destino turístico de topo, com 41% dos entrevistados planejando visitá-la neste verão, uma queda de 4% em relação aos níveis de 2019.
Isso de acordo com o último Long-Haul Travel Barometer (LHTB) 2/2024 publicado hoje pela European Travel Commission (ETC) e Eurail BV. Direcionado a 7.000 viajantes de sete grandes mercados internacionais – Austrália, Brasil, Canadá, China, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos – este estudo analisa o sentimento de viagem para a Europa durante os meses de verão, de maio a agosto de 2024.
Os resultados dos principais mercados incluem:
- A China e o Brasil demonstram a maior intenção de visitar a Europa neste verão, com 62% e 52% dos viajantes planejando uma viagem. Em ambos os países, esse número é impulsionado em grande parte por indivíduos mais ricos.
- Os viajantes dos Estados Unidos e Canadá exibem uma abordagem mais cautelosa em relação às viagens à Europa, com o interesse aumentando ligeiramente desde o ano passado para 40% e 42%, respectivamente.
- Austrália e Coreia do Sul mostram entusiasmo moderado, com interesse em 37% e 35%, respectivamente.
- O Japão mostra interesse mais limitado, com 19%, pois a recuperação das viagens neste mercado continua lenta.
- Em todos os mercados, os viajantes mais jovens (de 18 a 24 anos e de 34 a 49 anos) e aqueles com rendas mais altas demonstram a maior preferência por viagens pela Europa.
Comentando após a publicação do LHTB 2/2024, o presidente da ETC, Miguel Sanz, disse: “As tendências positivas que estamos registrando no comportamento dos viajantes são uma vitória para viajantes e destinos. Estamos vendo um interesse crescente por estadias mais longas, permitindo que os turistas desenvolvam uma conexão mais profunda com a cultura local e apoiem os negócios que tornam cada destino único. Além disso, a abertura para viagens fora de temporada apresenta uma oportunidade de ouro para espalhar o turismo de forma mais uniforme ao longo do ano. Isso pode ajudar a reduzir a pressão social e ambiental dos períodos de pico e apoiar melhor a economia de visitantes dos destinos.”
A acessibilidade deixa de ser prioridade nas viagens
A segurança se tornou o principal critério para viajantes de longa distância na escolha de um destino na Europa neste verão. Quase metade (45%) dos entrevistados prioriza destinos europeus considerados seguros, marcando um aumento de 9% em comparação com o verão de 2022 e 6% desde o verão de 2023. A infraestrutura turística de qualidade fica em segundo lugar (38%), seguida por um ressurgimento de 7% no apelo de marcos icônicos, de 29% no verão de 2023 para 36% no verão de 2024.
Incluído na pesquisa pela primeira vez, “condições climáticas estáveis” é o principal fator para 31% dos entrevistados. A conveniência também desempenha um papel importante, com 20% dos viajantes optando por destinos que podem ser alcançados por voo direto e 20% preferindo um destino com boas conexões de trem para outros locais de interesse.
Embora a acessibilidade financeira continue sendo uma consideração para 23% dos entrevistados, ela diminuiu de 32% no ano passado. Essa mudança indica que os viajantes estão cada vez mais focados na qualidade e segurança, valorizando uma experiência de viagem tranquila em vez de limitações estritas de orçamento.
Viajantes optam por viagens por vários países à medida que cresce o interesse por férias mais longas
67% dos viajantes de longa distância para a Europa estão optando por itinerários por vários países. Para viagens internacionais dentro da Europa, as companhias aéreas de serviço completo continuam sendo a escolha preferida para 51% dos entrevistados. Os passes de trem emergem como a segunda opção mais popular (30%) devido à sua flexibilidade e custo-eficácia para navegar por vários destinos. Companhias aéreas de baixo custo (29%) e passagens de trem de ida/volta (24%) também são populares entre viajantes preocupados com o orçamento.
Por outro lado, 21% dos entrevistados relataram planejar uma visita detalhada a um único país europeu. Para essas viagens domésticas, as passagens de trem de ida/volta são a escolha mais popular (32%), oferecendo uma maneira conveniente e eficiente de viajar entre cidades em distâncias curtas ou médias. Os viajantes que buscam mais liberdade e flexibilidade optam pelo aluguel de carros (29%).
No geral, os viajantes demonstram uma mudança nas prioridades, com um desejo crescente por experiências de viagem mais imersivas. Apesar da crescente popularidade de orçamentos diários médios (€ 100-€ 200) desde 2019 (+ 8%), também há um maior interesse em férias prolongadas. Embora viagens de uma a duas semanas continuem sendo a escolha mais popular (57%), viagens que excedem duas semanas aumentaram de 13% em 2019 para 21% em 2024.
Viajantes divididos entre comportamentos responsáveis e priorizando a familiaridade
Pela primeira vez, a pesquisa também se aprofundou na flexibilidade do viajante para explorar certos comportamentos de viagem associados ao aumento da sustentabilidade social e ambiental. Notavelmente, 53% dos entrevistados relataram estar abertos a viajar para a Europa durante períodos de baixa temporada, atraídos pela economia potencial e pela oportunidade de vivenciar atrações icônicas com mais intimidade.
No entanto, quando se trata de escolher destinos e experiências específicas, os viajantes geralmente priorizam a familiaridade. 61% dos entrevistados gravitam em torno de destinos com infraestrutura bem desenvolvida e atrações renomadas. Embora o fascínio por locais populares permaneça forte, 39% demonstram interesse em explorar locais menos conhecidos da Europa.
Uma preferência semelhante por novas experiências ou familiaridade pode ser vista na forma como os viajantes interagem com as empresas de turismo. Metade dos entrevistados deseja apoiar fornecedores locais, enquanto a outra metade prefere hospedagens, restaurantes e marcas de lojas conhecidas.